Here's what was said (in Portuguese):
Na sua constante descoberta de novos e interessantes talentos, o Opuskulo cruzou-se com Merankorii, projecto da responsabilidade de Mind Booster Noori, multi instrumentista, compositor e mente criativa que faz deste um projecto singular no panorama alternativo nacional. Duas edições dos seus primeiros dois trabalhos esgotadas falam por si e aguçam a curiosidade para conhecer o que Merankorii tem para oferecer. Aqui fica a entrevista com o seu mentor.
O que é o projecto Merankorii ?Merankorii é um projecto extremamente experimental, que se vai dentro em breve aproximar mais às sonoridades de Dark Ambient, que uso como forma de exteriorizar aquilo que sou, aquilo que sinto.
Qual o significado desse estranho nome para um projecto musical?
“Merankorii” é uma palavra Japonesa que significa “Melancolia”. Transmite na perfeição o estado de espírito que me assola em cada trabalho...
Editaste já dois trabalhos com edições bastante limitadas que esgotaram rapidamente. Não encaras a opção de fazer segundas edições desses trabalhos, dado o interesse gerado em torno dos mesmos?
Não conto fazê-lo, visto que tenho gravado um terceiro trabalho (que se vai chamar “Melencolia III”) que “resume” de certa forma o sentimento e o ambiente que quero transmitir em Merankorii. Não que esse seja o “derradeiro trabalho” nem tira valor aos registos anteriores, mas é, sem dúvida, o trabalho que define Merankorii. No entanto, e para os interessados, todo o segundo trabalho encontra-se disponível para download (gratuito e legal) na web.
Surpreendeu-te esse interesse ?
De certa forma, sim, mas não no sentido mais trivial. Infelizmente o meio mais alternativo Português, no que diz respeito à música, ainda se encontra muito fechado. As reacções ao “Monólogo do Mudo”, e posteriormente ao “Crash”, foram na generalidade muito boas, no entanto muito restritas no que diz respeito às pessoas que se deram ao trabalho de tentar conhecer o projecto. Mas onde o interesse não se revelou propriamente em aposta foi sobretudo no que diz respeito a editoras. Apesar de ser um tipo de som que, os registos anteriores mostraram-no, tem um mercado potencial, até agora não encontrei uma editora disposta a apostar neste projecto.
No meio underground mais afecto ao metal em todas as suas vertentes o nome Merankorii continua a ser quase totalmente desconhecido. Não é nesse mundo que te queres inserir? De onde vêm os apreciadores da tua música?
Não me quero “forçar” em nenhum mundo já existente. Merankorii é uma sonoridade em tantos aspectos híbrida, que não me é difícil vê-la a ser apreciada pelos fãs de Metal underground (que costumam também apreciar algumas ondas de black ambient ou darkwave), pelos fãs de darkwave/neo-clássico/neo-folk ou mesmo pelos fãs de sonoridades mais electrónicas e ambientais. O problema é que encontro ainda comunidades muito fechadas que dão valor ao que já tem nome e pouca importância a novos projectos quando eles têm um carácter mais experimental. Nada que me assuste. Vou continuar a lutar por Merankorii e pela sua divulgação em todos os meios potencialmente interessantes.
Defines Merankorii como «Doom Poetry for a Melancholical Soul». Esta definição induz, por um lado um forte sentido artístico naquilo que fazes que vai para além da musica e, por outro lado, um marcado individualismo. Concordas ?
Sem dúvida – Merankorii é um retrato do que me vai na alma, uma tentativa de transmitir sentimentos de uma forma pura, não encontrada em simples palavras. Isso é algo que faz com que Merankorii nunca seja apreciado por muitos – apenas por aqueles que, fugindo ao facilitismo, tentem entender Merankorii como uma obra conceptual. Para mim Merankorii não é “música”, é “arte” em muitos outros aspectos.
A tua visão sobre a vida e o mundo parece-me extremamente negra e fatalista. Não há mesmo esperança para um mundo melhor?
Existe essa esperança, e eu tenho-a. Mas acredito que para conseguires melhorar o meio que te envolve precisas primeiro de o entender, de o ver como ele verdadeiramente é, em vez de acreditares nas “visões resumidas” transmitidas pela comunicação social, em vez de seguires o “caminho fácil”, o “deixar andar”. Sou muito inspirado nas grandes obras distópicas a esse respeito – e se reparares elas nunca terminam com o “e depois...”. Elas ensinam-te a ver o mundo como ele já é, sobre a forma de um hipotético futuro. Mostram-te também o que há a fazer para lutar pela possibilidade de um mundo melhor... Esperança não chega, se não for acompanhada por acções para chegar lá.
Para que os nossos leitores se situem, é possível descrever o que poderão encontrar em Merankorii em termos musicais ? Poderás citar algumas influências?
Essa é uma pergunta muito difícil. Começando pelas influências, sou muito influenciado por muitas diversas formas de arte, como a pintura (ultimamente Bremen), a poesia (Fernando Pessoa, José Régio, ...) e, claro, a música, onde tenho influências de variados estilos musicais. Alguns artistas que têm passado ultimamente nos meus auscultadores incluem Scarling, Antimatter, Desire, Ashram, Current 93, Dismal (os Italianos), Sun O)))... Como vês, estilos diversos, que afectam Merankorii cada um à sua maneira. Quanto à sonoridade de Merankorii, vale mais julgarem por vós próprios, mas tem alguns momentos mais poético-musicados que se podem aproximar com bandas como Dwelling e outros mais ambientais, muito ao estilo dos trabalhos de David Mellor em “Days of the Moon”. Com os próximos trabalhos a sonorodidade de Merankorii estabiliza muito mais, na onda de Dark Ambient, junto a artistas como Vidna Obmana.
Colocas a hipótese de Merankorii vir a tornar-se numa banda dita “comum”, com mais elementos e com actuações?
Não excluo a hipótese e até gostava que surgissem oportunidades para fazer colaborações com outros artistas e actuações ao vivo. Mas integrar novos elementos em Merankorii, mesmo sendo algo que não está fora de hipótese, é algo que não acredito que vá acontecer. Já certezas, só a de que Merankorii nunca terá nada de “comum”.
O que podemos esperar de Merankorii num futuro próximo ?
Merankorii vai estar presente na compilação “Armageddon” com uma música nunca antes editada, o que espero que chame mais pessoas à atenção da existência deste projecto e que vai dar uma introdução à sonoridade do próximo álbum aos actuais fãs. Também existe um trabalho gravado, estando actualmente à procura de uma editora interessada em lançar esse CD. Caso isso não se venha a concretizar, a promessa do CD nas bancas ainda em 2006 mantém-se, mesmo que numa edição de autor.
Últimas palavras…
Antes de mais gostava de agradecer-te pelo apoio, interesse e divulgação de Merankorii. Talvez aos poucos a cena portuguesa fique mais aberta à inovação e experimentação... Convido todos os leitores desta entrevista a despenderem algum tempo e passar por http://merankorii.blogspot.com para conhecer a banda, ouvir/descarregar o seu som e acompanhar a sua evolução. Não temam a diferença – é dela que vem a evolução.
First of all, a really big thanks to Opuskulo for interviewing me.
As soon as I have the time to do it, I'll translate this to English and post it here.
2 comments:
5º Festival Rock Brenha Arder
15 Setembro
www.brenharder.no.sapo.pt
Para o ano que vem espero alargar um pouco o conceito deste festival.Para áreas mais experimentais.Adicionei-vos aos meus favoritos para depois quem sabe falarmos melhor.
Obrigado...
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