O Adeus nunca vai além
do Além
Além do momento que ele próprio criou
Não passa de um breve momento
Que o próprio momento passou
Tal como o cavaleiro negro
Que passou
E passou a acompanhar-Te no momento
Mas o momento agora chegou
e com ele chega o Adeus
e acaba tudo o que ele criou
Pois este cavaleiro nada mais tem para dar...
Chega assim o momeno de voltar,
Para o horizonte cavalgar,
Deixando para trás o momento,
O Adeus...
E em breve o momento já passou...
A Donzela segue o seu caminho
e nada há mais a temer:
O Adeus acabou...
Quanto ao cavaleiro,
Tanto quanto se houve dizer,
Cavalgou
À beira mar,
Por onde veio,
A fúria passou como um devaneio
Desmontou do cavalo
E continuou,
A caminhar,
Até mais nada haver dele para contar
Deixando para trás o momento,
O Adeus...
Friday, June 03, 2005
Lyrics - Abafado
Sentia-me... oprimido. Abafado.
Abri portas e janelas, fechei as luzes e saí.
Vagueei, sem rumo, pelas ruas da noite de Coimbra.
Respirei, calmamente, enquanto caminhava, lentamente,
Num um ritmo inversamente proporcional ao dos pensamentos que me afloravam a cabeça que como sempre fervilhava.
Passei num centro comercial e peguei num postal. Irás vê-lo mais cedo do que ouvirás estas palavras, decerto.
Passei por um local que me chamou particular atenção: aonde antes se vendia droga, leve, cortada, cara, agora vendem-se palavras. Certo que nao como estas, mas... talvez também elas levas, cortadas, caras... inúteis.
Fico também a conhecer aquela que parece ser uma nova loja para as miúdas que gostem de estar dentro da moda gasrtarem o dinheiro dos pais por um pedaço de pano cujo preço, concerteza avultado, é proporcional ao berrante das tintas usadas para o tingir.
Enquanto o vento, frio, passa pelo meu dorse quase-nu como se não existisse, fumo um cigarro que me é pedido pelo corpo mas que ao mesmo tempo é custoso de consumir. A história não é nova: rimo-nos sempre dos vícios até eles se rirem de nós...
E... É pensando em vícios que decido cortar pela Praça. Penso que, ao contrário do que sempre afirmei, talvez hajam momentos em que precisamos de voltar a por aquela coleira que afincadamente decidimos rasgar, e comportarmo-nos como humanos do Século XXI, nem que apenas por alguns minutos.
Reacto os meus pensamentos como se fossem mais um conjunto de escritos soltos prestes a formar uma pilha pronta a apanhar pó, deito a beata ao chão e um papel de escritos que agora já não fazem sentido no caixote de lixo. Penso na contradição destas últimas acções e suspiro: "vícios urbanos..."
Continuo a caminhar e observo a porta fechada. Já deve passar da meia-noite, não me espanta muito e também não me dou ao trabalho de olhar para o relógio.
Alguém conhecido das ruas de Coimbra cumprimenta-me. Eu devolvo o cumprimento. Engraçado como a maior parte das pessoas ficariam assustadas por serem cumprimentadas por ele e para mim: indiferente. Bem, existem também aqueles que gostariam de ser cumprimentados por ele; simplesmente eu não me interesso mais pelo mundo dele, nem sequer gosto dos seus métodos...
Passo adiante de um carro invulgar de se ver: três pessoas de pé a falar à porta do condutor; um homem e uma mulher dentro, no banco de trás,... Enfim: mais um carregamento de branca chega a Coimbra - tudo é tratado aos olhos de quem quiser ver; como sempre, ninguém quer.
Encolho mais uma vez os ombros, outro suspiro, os passos sucedem-se mas a calma não, passo por aquele bar que ficou marcado pelas tuas palavras, citando Florbela Espanca: "Olhar de monja, trágico, gelado, como um suturno e enorme campo santo..."
Penso mais uma vez que a felicidade é como a areia: pisamo-la, agaichamo-nos para podê-la agarrar, e depois enchemos um punhado dela mas, nunca contentes pela que temos, mas pela que insiste em escarpar-nos pelos dedos, acabamos por levar para casa uma recordação, uma pedra, uma concha, uma fotografia, tudo menos o punhado de areia - apenas a sensação de não termos aquilo que desejamos e, se formos mais introspectivos, penalizamo-nos com um sentimento de culpa por não termos tirado prazer da felicidado quando ela ainda estava nas nossas mãos.
Abri portas e janelas, fechei as luzes e saí.
Vagueei, sem rumo, pelas ruas da noite de Coimbra.
Respirei, calmamente, enquanto caminhava, lentamente,
Num um ritmo inversamente proporcional ao dos pensamentos que me afloravam a cabeça que como sempre fervilhava.
Passei num centro comercial e peguei num postal. Irás vê-lo mais cedo do que ouvirás estas palavras, decerto.
Passei por um local que me chamou particular atenção: aonde antes se vendia droga, leve, cortada, cara, agora vendem-se palavras. Certo que nao como estas, mas... talvez também elas levas, cortadas, caras... inúteis.
Fico também a conhecer aquela que parece ser uma nova loja para as miúdas que gostem de estar dentro da moda gasrtarem o dinheiro dos pais por um pedaço de pano cujo preço, concerteza avultado, é proporcional ao berrante das tintas usadas para o tingir.
Enquanto o vento, frio, passa pelo meu dorse quase-nu como se não existisse, fumo um cigarro que me é pedido pelo corpo mas que ao mesmo tempo é custoso de consumir. A história não é nova: rimo-nos sempre dos vícios até eles se rirem de nós...
E... É pensando em vícios que decido cortar pela Praça. Penso que, ao contrário do que sempre afirmei, talvez hajam momentos em que precisamos de voltar a por aquela coleira que afincadamente decidimos rasgar, e comportarmo-nos como humanos do Século XXI, nem que apenas por alguns minutos.
Reacto os meus pensamentos como se fossem mais um conjunto de escritos soltos prestes a formar uma pilha pronta a apanhar pó, deito a beata ao chão e um papel de escritos que agora já não fazem sentido no caixote de lixo. Penso na contradição destas últimas acções e suspiro: "vícios urbanos..."
Continuo a caminhar e observo a porta fechada. Já deve passar da meia-noite, não me espanta muito e também não me dou ao trabalho de olhar para o relógio.
Alguém conhecido das ruas de Coimbra cumprimenta-me. Eu devolvo o cumprimento. Engraçado como a maior parte das pessoas ficariam assustadas por serem cumprimentadas por ele e para mim: indiferente. Bem, existem também aqueles que gostariam de ser cumprimentados por ele; simplesmente eu não me interesso mais pelo mundo dele, nem sequer gosto dos seus métodos...
Passo adiante de um carro invulgar de se ver: três pessoas de pé a falar à porta do condutor; um homem e uma mulher dentro, no banco de trás,... Enfim: mais um carregamento de branca chega a Coimbra - tudo é tratado aos olhos de quem quiser ver; como sempre, ninguém quer.
Encolho mais uma vez os ombros, outro suspiro, os passos sucedem-se mas a calma não, passo por aquele bar que ficou marcado pelas tuas palavras, citando Florbela Espanca: "Olhar de monja, trágico, gelado, como um suturno e enorme campo santo..."
Penso mais uma vez que a felicidade é como a areia: pisamo-la, agaichamo-nos para podê-la agarrar, e depois enchemos um punhado dela mas, nunca contentes pela que temos, mas pela que insiste em escarpar-nos pelos dedos, acabamos por levar para casa uma recordação, uma pedra, uma concha, uma fotografia, tudo menos o punhado de areia - apenas a sensação de não termos aquilo que desejamos e, se formos mais introspectivos, penalizamo-nos com um sentimento de culpa por não termos tirado prazer da felicidado quando ela ainda estava nas nossas mãos.
Lyrics - Amálgama de pensamentos
A solidão...
Sinto-me só, completamente só, e perdido num mundo que não é o meu e que simplesmente já não conheço nem aspiro conhecer no meio de tantos mundos criados por mim, na minha cabeça, ao ponto de já não reconhecer o mundo real, ou o meu mundo, no meio de todos os outros, vivendo numa apoteótica e lunática ilusão de que tudo é irreal, vago, incoerente, inconstante e distante...
É isso: sinto-me só, terrivelmente só, talvez ajudado pela aproximação, também ela vaga e incerta, do desfecho final. E se antes queria viver tudo o que pudesse, aprender tudo o que pudesse, ensinar tudo o que soubesse, hoje só queria aninhar-me e sentir-me abraçado até tudo acabar.
Talvez isso me fizesse sentir outra vez alguém, talvez. E então volto aos meus lençóis, enrosco-me sobre mim mesmo, e rebolo neste amálgama de pensamentos que nunca mais me deixa descansar, até que volta a haver, nem que seja outra vez por breves horas, algo que me faça voltar a ter vontade de me levantar, sair, voltar.
Sinto-me só, completamente só, e perdido num mundo que não é o meu e que simplesmente já não conheço nem aspiro conhecer no meio de tantos mundos criados por mim, na minha cabeça, ao ponto de já não reconhecer o mundo real, ou o meu mundo, no meio de todos os outros, vivendo numa apoteótica e lunática ilusão de que tudo é irreal, vago, incoerente, inconstante e distante...
É isso: sinto-me só, terrivelmente só, talvez ajudado pela aproximação, também ela vaga e incerta, do desfecho final. E se antes queria viver tudo o que pudesse, aprender tudo o que pudesse, ensinar tudo o que soubesse, hoje só queria aninhar-me e sentir-me abraçado até tudo acabar.
Talvez isso me fizesse sentir outra vez alguém, talvez. E então volto aos meus lençóis, enrosco-me sobre mim mesmo, e rebolo neste amálgama de pensamentos que nunca mais me deixa descansar, até que volta a haver, nem que seja outra vez por breves horas, algo que me faça voltar a ter vontade de me levantar, sair, voltar.
Lyrics - O início da tese
Construindo em si uma enorme panóplia de sentimentos contraditórios,
explorando-os e vivendo-os até ao extremo,
tornou presente em si a metáfora universal,
ridicularmente fácil de observar,
mas ao mesmo tempo recorrente de uma extremamente dolorosa experimentação,
da qual sabe não resistir,
tal como aquele que, conscientemente,
segue por um caminho em que o retorno é impossível mas tentador.
Frequentemente cai em si o harmonioso desespero que não pode ser chorado ou de outra forma purgado,
Como se tratasse de uma maldição criada e assumida por si próprio,
não como quando o feitiço se vira contra o feiticeiro,
mas sim quando o feiticeiro conscientemente lança o feitiço sobre si.
E observa-se também um outro efeito:
Manifestações obrigatórias,
revolução e anarquia totalitarista,
mulher oriental,
placas de esferovite,
companheiro inexistente, medo é a arma,
dormência aparente e influente,
promenores insignificantes e triviais mas cruciais.
Ambiguidade funcional, confusão de discurso,
identidade elitista e pré-establecida,
visionários loucos,
guerras psicológicas com mortes mentais, elite,
identidade e verdade cultural,
apêndices humanos, empecilhos na felicidade moral,
Como morrias?
Comerciais, anúncios, publicidade, língua,
tópicos que criam personagens, situações e episódios,
relações culturais e sociais de prazer,
gestação e cultivação da criação de rebentos,
religião do medo, do exemplo,
religião é a influência,
entrevista/interrogatório,
pedintes,
favores,
gestação intelectual através da aparente inteligência...
E é assim que vai começar a tese.
explorando-os e vivendo-os até ao extremo,
tornou presente em si a metáfora universal,
ridicularmente fácil de observar,
mas ao mesmo tempo recorrente de uma extremamente dolorosa experimentação,
da qual sabe não resistir,
tal como aquele que, conscientemente,
segue por um caminho em que o retorno é impossível mas tentador.
Frequentemente cai em si o harmonioso desespero que não pode ser chorado ou de outra forma purgado,
Como se tratasse de uma maldição criada e assumida por si próprio,
não como quando o feitiço se vira contra o feiticeiro,
mas sim quando o feiticeiro conscientemente lança o feitiço sobre si.
E observa-se também um outro efeito:
Manifestações obrigatórias,
revolução e anarquia totalitarista,
mulher oriental,
placas de esferovite,
companheiro inexistente, medo é a arma,
dormência aparente e influente,
promenores insignificantes e triviais mas cruciais.
Ambiguidade funcional, confusão de discurso,
identidade elitista e pré-establecida,
visionários loucos,
guerras psicológicas com mortes mentais, elite,
identidade e verdade cultural,
apêndices humanos, empecilhos na felicidade moral,
Como morrias?
Comerciais, anúncios, publicidade, língua,
tópicos que criam personagens, situações e episódios,
relações culturais e sociais de prazer,
gestação e cultivação da criação de rebentos,
religião do medo, do exemplo,
religião é a influência,
entrevista/interrogatório,
pedintes,
favores,
gestação intelectual através da aparente inteligência...
E é assim que vai começar a tese.
Thursday, June 02, 2005
Merankorii's first demo is getting really good reviews. Honestly, I never expected such a good feedback, nor I expected that so many people would want a copy of Merankorii's debut... So, if you still want one, please hurry: the stock is running low! I know that I should update this website more often: there are lot's of sections that aren't working yet, my priority being adding all lyrics to it's section. Don't worry: .wav's taken directly from the Master will be available too, I just don't have the time for Merankorii I wish I had... Finally, I'm pleased to announce that I'm already working in Merankorii's second demo. I'm very pleased with the results till now: the quality is vastly superior than in the debut. Maybe next year there's a new release... Stay well, and thanks for your support...
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