A solidão...
Sinto-me só, completamente só, e perdido num mundo que não é o meu e que simplesmente já não conheço nem aspiro conhecer no meio de tantos mundos criados por mim, na minha cabeça, ao ponto de já não reconhecer o mundo real, ou o meu mundo, no meio de todos os outros, vivendo numa apoteótica e lunática ilusão de que tudo é irreal, vago, incoerente, inconstante e distante...
É isso: sinto-me só, terrivelmente só, talvez ajudado pela aproximação, também ela vaga e incerta, do desfecho final. E se antes queria viver tudo o que pudesse, aprender tudo o que pudesse, ensinar tudo o que soubesse, hoje só queria aninhar-me e sentir-me abraçado até tudo acabar.
Talvez isso me fizesse sentir outra vez alguém, talvez. E então volto aos meus lençóis, enrosco-me sobre mim mesmo, e rebolo neste amálgama de pensamentos que nunca mais me deixa descansar, até que volta a haver, nem que seja outra vez por breves horas, algo que me faça voltar a ter vontade de me levantar, sair, voltar.
No comments:
Post a Comment